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Campos de Concentração de Auschwitz e Birkenau

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Olá pessoal, aqui é a Nilce continuando a nossa experiência de viagem pela Europa Central. Hoje vamos falar sobre a visita aos campos de concentração de Auschwitz e Birkenau.

Um misto de ansiedade e apreensão tomou conta de mim e de minha família quando saímos de Cracóvia para visitar o complexo Auschwitz, situado na cidade de Oswiecim (em polonês Auschwitz), à distância de 50 quilômetros.

Afinal, iríamos adentrar os maiores campos de concentração nazistas, locais de torturas e atrocidades, onde foram assassinados mais um milhão de pessoas, na maioria judeus.

Nenhum de nós temos paixão por coisas fúnebres, mas, desde que planejamos a viagem para a Europa Central quisemos incluir essa visita em nosso roteiro.

Conhecedores da história do holocausto judeu, queríamos ver “in loco” os locais em que tantas pessoas foram torturadas e assassinadas sem piedade, e trazer isso como lição de vida e ensinamento.

Além disso, queríamos nos fazer presentes e orar pelas almas das pessoas assassinadas, para que esse fato nunca mais se repetisse na história da humanidade.

Achávamos que só assim faríamos a nossa parte, acalmando nossos corações indignados.

Sobre Auschwitz

Auschwitz foi uma rede de campos de concentração da Alemanha Nazista, localizado no sul da Polônia, sendo considerado o maior símbolo do Holocausto.

Os campos foram formulados durante a Segunda Guerra Mundial e divididos em 3 partes:

  • Auschwitz I – Stammlager: campo principal e centro administrativo
  • Auschwitz II – Birkenau: campo de extermínio
  • Auschwitz III – Monowitz: inicialmente construído como subcampo e depois se tornando um dos principais campos do complexo
  • Campos satélites: mais de 45 campos satélites com funções diversas, mas principalmente trabalho escravo.

Nossa viagem passou pelos campos de Auschwitz I e Auschwitz II, também conhecido como passeio a Auschwitz-Birkenau.

Portão de entrada de Auschwitz com a inscrição "Arbeit Macht Frei" que significa “Trabalho traz liberdade” em alemão

Portão de entrada de Auschwitz com a inscrição “Arbeit Macht Frei” que significa “Trabalho traz liberdade” em alemão

O traslado até Auschwitz I

Percorremos de van particular o trajeto que separa a cidade de Cracóvia (onde estávamos hospedados) até a cidade de Oswiecim, acompanhados por um guia.

Foi uma viagem muito tétrica, cinzenta e gelada. À medida que nos aproximávamos, tremíamos cada vez mais.

Não sabíamos se tremíamos de frio ou de medo diante dos cenários que estávamos prestes a ver de perto, muitos deles já conhecidos pelas telas de TV.

>> Leia também: Como é o réveillon na Cracóvia

Auschwitz I – Stammlager

Auschwitz I trata-se do campo principal e centro administrativo de todo complexo, cuja área antes utilizada para alojamento dos militares foi transformada em campo de concentração em abril de 1940.

O objetivo era manter isolados os prisioneiros políticos do exército polaco. Entretanto, logo no início as prisões passaram a incluir intelectuais, membros da resistência, ciganos, homossexuais e judeus.

Os prisioneiros de Auschwitz começaram a chegar ao campo em maio do mesmo ano e eram muito maltratados. Vinham iludidos de que iriam trabalhar nas fábricas de armas.

Trabalhavam de maneira escrava de segunda a sábado, e aos domingos atuavam na limpeza do campo e tomavam banho.

A taxa de mortalidade era muito alta entre eles, devido à falta de higiene e má alimentação.

Prédio onde ficava a cozinha de Auschwitz

Prédio onde ficava a cozinha de Auschwitz

Para distingui-los, eram usadas marcas de triângulos coloridos em suas roupas:

  • Verde: criminosos comuns
  • Vermelha: presos políticos
  • Azul: estrangeiros, emigrantes ou trabalhadores forçados
  • Roxa: Estudantes da Bíblia (Testemunhas de Jeová)

Rosa: Homossexuais e agressores sexuais

  • Preto: Antissociais
  • Marrom: Ciganos (Roma)
  • Estrela amarela sob o triângulo: judeus

Embora já estivéssemos preparados para o que encontraríamos no campo, hoje apenas considerado como Museu de Auschwitz, chocou demais avistar o portão complexo com sua famosa e irônica inscrição “Arbeit Macht Frei” que traduzida significa “Trabalho Traz Liberdade”.

“Tudo continua lá, mostrando a ironia e a crueldade com que recebiam os prisioneiros, os quais ignoravam que, por trás do portão de ferro, muros cinzentos e cercas de arame farpado, só os esperavam trabalho indigno, torturas, atrocidades, muita fome e frio, e por fim, a morte…”

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Os blocos de Auschwitz

Os blocos de Auschwitz

Blocos de Auschwitz I

Avistamos ao longe os imensos barracões, e meio perdidos, como que anestesiados, fomos conduzidos pelo guia a diversos deles, hoje numerados como Blocos de Auschwitz.

Cercas de choque entre os blocos: vista impossível da Liberdade

Cercas de choque entre os blocos: vista impossível da Liberdade

Bloco 4: O extermínio

No Bloco 4 de Auschwitz são expostas fotos do campo, mapas, cópias de registros de prisioneiros, latas de inseticidas Zyklon B, utilizado nas câmaras de gás e maquetes das câmaras.

O local mantém ainda uma sala com cabelos de prisioneiros, utilizados para forrar casacos dos soldados. É de arrepiar!

Cópias de documentos dos prisioneiros e Ziklon

Cópias de documentos dos prisioneiros e Ziklon

Bloco 5: Provas materiais

Outras evidências dos crimes cometidos ficam no Bloco 5 de Auschwitz, onde se encontram escovas de dente, óculos, brinquedos, malas, sapatos e outros objetos retirados dos prisioneiros quando chegavam ao campo.

“Doeu muito ver esta cena. Nos fez chegar à conclusão que uma vez que ali chegavam, nada mais lhes pertencia, inclusive a vida.”

Além de serem submetidos a trabalhos forçados, fome e frio, tinham todos os objetos pessoais subtraídos rudemente.

E pensar que com esses objetos poderiam, talvez, amenizar o sofrimento. Pelo menos no que toca à higiene, visão, roupas e sapatos quentes, bem como as crianças poderiam se distrair com os brinquedos que trouxeram. Indignante!

Sapatos dos prisioneiros de Auschwitz, muito triste de se ver

Sapatos dos prisioneiros de Auschwitz, muito triste de se ver

Bloco 6: A vida no campo

O Bloco 6 de Auschwitz expõe os relatos da vida dos prisioneiros, como eram classificados e recebiam seus números individuais de identificação.

Ali existem dois painéis de prisioneiros, um com fotos de mulheres e outro de homens.

As fotos mostram os prisioneiros com olhos arregalados, sem cabelos e com o uniforme listrado. Abaixo das fotos pudemos ver a profissão de cada um, o dia em que chegaram e o dia de suas mortes.

“Foi indescritível a dor que tomou conta de mim ao ver essas imagens e saber que duravam tão pouco no campo.”

Sem contar, que ali estava exposta apenas uma minúscula mostra do que realmente foi o holocausto e quantas pessoas foram atingidas por ele.

Fotos dos prisioneiros de Auschwitz e suas identificações

Fotos dos prisioneiros de Auschwitz e suas identificações

Bloco 7: Condições de moradia e sanitárias

O Bloco 7 de Auschwitz mostra o lugar onde dormiam e evidências da má higiene. Doído demais, algo completamente inimaginável.

Pense que hoje vemos tudo limpo e desocupado, e que comparando esses lugares a outros, existem espaços ainda mais precários.

Banheiro do campo de concentração Auschwitz I

Banheiro do campo de concentração Auschwitz I

Bloco 10: Experimentos médicos em mulheres

O Bloco 10 de Auschwitz era destinado à pesquisa ginecológica e reprodutiva. Nesse bloco eram aplicadas injeções com agentes cáusticos (formalina) nos úteros das prisioneiras, como experimento para esterilização em massa. Revoltante!

Dormitório de Auschwitz

Dormitório de Auschwitz

Bloco 11: Prisão

O Bloco 11 de Auschwitz é conhecido como Bloco do Terror. Este bloco tinha várias funções e tipos de cela, dentre elas:

  • Celas verticais de 1,5 metro quadrado: voltada aos prisioneiros que tentavam escapar, que quebravam as regras ou suspeitos de sabotagem. Eram trancafiados, de cinco em cinco, assim eram obrigados a permanecer em pé durante toda noite e retornar ao trabalho forçado nas fábricas no dia seguinte.
  • Celas escuras: possuem apenas um espaço pequeno na parede por onde entra o ar e portas sólidas, que sufocavam os prisioneiros aos poucos.
  • Celas da fome: onde não recebiam nenhum alimento até morrer de fome.
  • Subterrâneo: onde foram iniciados os testes com Zyklon B para matar os prisioneiros.
  • Muro da Morte: Impactante, o Muro da Morte fica no fundo deste bloco, onde eram fuzilados ou enforcados presos intelectuais, políticos e pessoas que julgavam perigosas. Hoje existe no local um memorial às vítimas, onde há um grande número de homenagens aos que ali passaram.
Locais subterrâneos, onde não são permitidas fotografias

Locais subterrâneos, onde não são permitidas fotografias

Bloco 15: Luta e Martírio

O Bloco 15 de Auschwitz mostra a luta e o martírio da nação polonesa. Ali pudemos ver painéis com documentos e fotos mostrando toda a luta e revolta dos poloneses durante a guerra.

Vimos mapas com estratégias dos nazistas para matar os poloneses de todas as idades, declarações que atestam o repúdio que tinham por eles e os planos para a evacuá-los da Polônia, deixando-os vazios para que fossem ocupados pelos alemães.

Imagens de poloneses cadavéricos pareciam saltar das fotos, ao nosso encontro, como pedidos silenciosos de socorro. Foi impossível desfazer o nó na garganta e segurar as lágrimas.

Vimos também documentos que falam da resistência polonesa, terrível e sangrenta diante dos ataques nazistas, desde a escravização até a libertação dos perseguidos.

Perdemos um pouco a noção do tempo, mas ao sair do barracão e olharmos o relógio, vi que havíamos ficado mais de uma hora só nesse local, tomados por revolta e tristeza.

Muro da morte de Auschwitz

Muro da morte de Auschwitz

Última parada: Câmara de gás

Esse local era o então denominado, local do banho. Após deixarem seus pertences, suas roupas, partiam para a tal sala de banho. Na verdade, nesse local tomavam um banho de gás até que morressem.

As crianças que ali entravam, também tinham o mesmo tratamento, ou pior, pois não serviam nem para trabalhar.

Porém, algumas sobreviviam ao banho por serem pequenas e estarem na altura mais baixa.

Sala do banho é a famosa câmara de gás do holocausto

Sala do banho é a famosa câmara de gás do holocausto

E assim, quando duravam um pouco mais durante a limpeza, sofriam mais, pois demoravam para morrer.

Assim como foi o local do fim da vida de tantos inocentes, a Câmara de Gás foi o fim de nossa visita ao Auschwitz I.

A vida de milhares de perseguidos foi tirada nesse local, que funcionou até os crematórios de Auschwitz II – Birkenau serem concluídos, em julho de 1943.

Marcas nas paredes de arranhaduras feitas com as unhas dentro da sala de gás. Acima pode-se ver um buraco quadrado por onde eram jogados o Zyklon

Marcas nas paredes de arranhaduras feitas com as unhas dentro da sala de gás. Acima pode-se ver um buraco quadrado por onde eram jogados o Zyklon

O traslado até Auschwitz II

Saindo de Auschwitz I, ainda de van, em pouco tempo cobrimos a distância entre um campo e outro até chegar a Auschwitz II.

Embora soubéssemos que o campo II era muito grande, só caímos na realidade sobre seu tamanho e energia negativa quando ali chegamos e avançamos além de seus portões.

As emoções foram aflorando a cada passo. Em meio ao silêncio gelado podíamos ouvir as batidas do coração, cada vez mais fortes.

Auschwitz II – Birkenau

Quando pisamos os trilhos de Auschwitz II que levavam os trens com os prisioneiros para dentro do campo, a sensação de peso foi surreal.

Talvez fosse o peso da decepção e do terror que sentiram ao serem recebidos com tantas brutalidades e usurpação de seus bens.

Ao construir um campo tão grande, a intenção dos nazistas era construir uma máquina de matar gente e assim foi feito.

Auschwitz II cumpriu o objetivo de encontrar uma solução final para milhares de judeus.

Birkenau é simplesmente imenso e apavorante! As evidências das atrocidades ali cometidas foram quase totalmente destruídas pelos nazistas diante da iminência de perderem a Segunda Guerra Mundial, mas mesmo assim assusta e dói.

Trilhos por onde os trens entravam em Auschwitz II – Birkenau para despejar os prisioneiros

Trilhos por onde os trens entravam em Auschwitz II – Birkenau para despejar os prisioneiros

Os nazistas destruíram muitos galpões para que não achassem provas para tais atrocidades e crimes, mas ainda restaram alguns, fiéis testemunhas da história que ninguém pode apagar.

Tanto as câmaras de gás quanto os crematórios e outros prédios comprometedores foram destruídos, assim como documentos que os condenavam.

Os prisioneiros que conseguiam andar foram evacuados para o interior da Alemanha. Os que não conseguiam andar foram abandonados ali, sem alimentos, no extremo frio.

Em janeiro de 1945, o Exército Vermelho os encontrou e libertou.

Vista dos galpões de Birkenau ainda existentes

Vista dos galpões de Birkenau ainda existentes

Atualidade em Auschwitz II

Hoje só podemos ver em Birkenau um monumento homenageando as vítimas do holocausto, alguns galpões e ruínas da câmara de gás. Vestígios suficientes para valorizarmos cada vez mais o respeito à vida.

Nem todos os barracões estão abertos a visitas, mas entramos em um deles que lembra um estábulo, que logo calculamos ser um dormitório, por suas prateleiras de madeira…

“Choramos quando o guia confirmou que era ali que dormiam os prisioneiros, com o frio externo que vinha do gelo e o frio interno proveniente do piso de lama misturada com neve.”

Visitamos esse bloco preservado, para onde eram levadas as pessoas que não receberiam mais nenhum tipo de alimentação. Eram colocados ali somente para esperar a morte.

As “prateleiras” que serviam de cama tinha três andares, e em cada um deles ficavam à noite seis pessoas, que pouco dormiam devido ao ataque de ratos e pulgas e outras pestes e doenças lá existentes.

Encerramos a visita por ali: nada mais podia ser visto, e nada mais poderíamos ver com as lágrimas que toldavam o olhar.

Memorial de Birkenau em homenagem as vítimas

Memorial de Birkenau em homenagem as vítimas

Frio congelante

O local estava demasiadamente congelante. Acertamos em vestir nossas roupas e sapatos apropriados para neve, pois neve era só o que havia no lugar de chão.

No céu caia uma garoa muito fina, o que só aumentava nosso sentimento de enregelado.

Caminhamos de volta sobre a neve, nos perguntando: se mesmo bem equipados, estávamos quase congelando, com uma sensação térmica de -15 graus Celsius, o quão forte eram e o que sofreram os que ali passaram, que chegaram a enfrentar frio de -35 graus Celsius, somente com uma roupa de tecido quase transparente, de tão fino, e sandálias de madeiras?

Muito de nosso trajeto fizemos em silêncio profundo, pois o passeio realmente é pesado. O único ruído, muitas vezes vinha de dentro de nossas próprias preces.

No meio da neve, viramos para trás para olhar Birkenau pela última vez.

Sentimos que a lição já estava gravada a ferro e fogo em nossos corações: não permitir jamais que tais situações se repitam!

Dormitórios onde dormiam os condenados em Birkenau

Dormitórios onde dormiam os condenados em Birkenau

10 dicas importantes sobre Auschwitz

  1. Essa visita não é recomendada para menores de 14 anos.
  2. Leve apenas uma máquina fotográfica e uma bolsa pequena com documentos e lenços para evitar peso e algum possível impedimento na entrada.
  3. Vá bem agasalhado, com botas, chapéu e echarpes de lã. O frio e o vento são quase insuportáveis, lógico que dependendo do mês.
  4. Agende sua visita com 3 meses de antecedência clicando no site oficial de Auschwitz ou então pelo site Get Your Guide que vende os passeios em português. Nossa visita foi agendada pela agência onde contratamos o guia.
  5. Ao fazer sua reserva, poderá optar por um tour guiado individual ou em grupo, que terá no mínimo 10 pessoas.
  6. Poderá optar também pela duração do tour: 3,5 h ou 6 h. Fizemos o tour de 3,5 h e vale ressaltar que é bem apressada, mas suficiente.
  7. Se optar pelo tour de 6 horas, opte pelo período da manhã, pois terá muito para ver e caminhar.
  8. De novembro a fevereiro não é cobrado para entrar no campo de concentração.
  9. De março a outubro só é possível visitar o local com tour guiado, que custa aproximadamente 10 euros por pessoa, mas sai mais barato se optar por grupo fechado.
  10. Não é permitido comer dentro do campo. Há dois pontos de alimentação próximos à entrada onde pode comer antes de entrar ou na hora que sair, mas garanto que o apetite não existe. No máximo, conseguimos tomar um belo chocolate quente para acalantar o corpo e a alma.

Mais sobre a história de Oswiecim

Ponto de parada para a ferrovia, desde 1900, Oswiecim era uma cidade economicamente muito próspera, incorporado ao Sacro Império Romano, com língua oficial alemã.

Quando foi tomada pelas tropas nazistas, em 1939, a cidade foi anexada ao Império Alemão.

Como a cidade tinha muitos alojamentos, construídos para migrantes e trabalhadores sazonais, em 1940 a SS (esquadra de proteção do partido nazista), converteu o lugar em campo de concentração, sob o comando de Heirich Himmler.

Nessa época, cerca de 7 mil judeus, metade da população de Oswiecim, passaram a viver em espaços pequenos, longe da população, por conta da “limpeza racial” feita pelos nazistas.

O local era um ponto estratégico para os nazistas, pois ali as linhas ferroviárias do sul, de Praga e Viena se encontravam com as linhas de Berlim, Varsóvia e da Silésia, garantindo o transporte de massa planejados.

Após todos esses preparativos, a deportação em massa dos judeus para os guetos e campos de concentração foi selada durante a Conferência de Wannsee, realizada em janeiro de 1942. Tudo facilitado para a “solução final”, que era o extermínio.

Auschwitz foi o sétimo e maior campo de concentração criado pelos nazistas.

Na cidade de Oswiecim foram implantados acampamentos de vários tamanhos e várias finalidades, dando origem a Auschwitz I, Auschwitz II, Auschwitz III e campos satélites.

A libertação dos judeus

Fugindo do Exército Soviético que se aproximava, no fim de janeiro de 1945, a SS limpou às pressas os campos, na tentativa de remover suas máquinas assassinas e outros vestígios que pudessem condená-los, como atestados de óbito, arquivos e outros registros.

Ainda em janeiro o Exército Soviético penetrou no campo de Auschwitz e encontrou cenas de terror: 7 mil prisioneiros doentes terminais e pessoas esqueléticas, sendo 500 delas crianças.

Era um inverno rigoroso, a neve tomava conta de tudo, e a maioria dos prisioneiros estava descalça e usava uniforme de prisioneiro feito em algodão muito fino, sem calçados ou agasalhos.

As autoridades de ocupação soviética entregaram o campo ao estado polonês no início de 1946.

Antigos prisioneiros foram apoiados pelo parlamento polonês, e no local implantaram, em 1947, o memorial Museu Estatal de Auschwitz/Birkenau.

A lição do holocausto

O que eu recebi de tudo isso? A grande certeza de que todo ser humano merece dignidade e a certeza de que somos seres maravilhosos, apesar daqueles que mancharam a nossa história com tamanha crueldade.

O que eu posso dizer da experiencia é que é realmente transformadora! Pude mensurar a felicidade e privilégio que temos em poder viver livres com nossos corpos, ideologias, raízes e nossa fé.

Voltamos ao Radisson Blu Hotel Kraków praticamente emudecidos, cada um preso em seus pensamentos e sentimentos, mas todos muito gratos pela vida. Buscamos por um banho e um bom prato de comida aconchegante para o jantar.

Minas de Sal de Wieliczka

Para espantar nossa tristeza e não sair de Cracóvia com uma lembrança tão fúnebre, fomos conhecer as Minas de Sal de Wieliczka, um verdadeiro mundo encantado. Amamos.

“Essa visita vale muito a pena. O lugar é simplesmente maravilhoso e garanto que bem temperado!”

Salão da Minas de Sal de Wieliczka

Salão da Minas de Sal de Wieliczka

Todo o trajeto dentro da Mina de Sal foi realizado junto a um guia que falava espanhol, e assim pudemos entender bem as explicações.

Fato é que tudo ali é feito de sal. Como gosto de conhecer e apreciar a fundo, acabei até provando um pedaço de uma das paredes para ver o quanto era salgada. Oportunidade única não se pode desperdiçar…

Além de todas as belíssimas grutas pudemos admirar o gigantesco salão, com obras surpreendentes, todas feitas em sal, desde os lustres até o chão.

Ainda no local, nos deliciamos com compras em uma loja de souvenires, todos eles feitos em sal, é lógico!

Esculturas de sal na parede da Mina de Sal de Wielicz

Esculturas de sal na parede da Mina de Sal de Wielicz

Finalizando

O texto de hoje foi escrito com muita estória e emoção por que de fato representou tudo o que vivenciamos na nossa viagem para os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau.

Procuramos trazer aqui várias dicas para sua viagem e trazer um pouco da experiência que você vai ver e sentir ao vivo. Foi um dos passeios mais marcantes da nossa série.

Se você ainda não leu os demais artigos da nossa série, fica o convite para ver os textos que falam da Cidade Velha, Cidade Pequena e Kutná Hora na República Tcheca, assim como os textos sobre a Varsóvia e sobre a Cracóvia na Polônia.

Não se esqueça de que viajar para a Cracóvia se faz obrigatório o seguro de viagem, já que a Polônia faz parte do Tratado de Schengen.

Agora queremos ouvir a sua opinião. O que você achou da experiência de visitar os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau? Deixe abaixo o seu comentário!

Abraço e até o próximo artigo!

Nilce Bueno
Nilce Bueno teve experiências incríveis de viagem quando visitou a Europa e América do Sul e vem compartilhando suas histórias e experiências aqui no blog.
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